sábado, 2 de fevereiro de 2008

Minha querida mamãe

Tive acesso ao relato de uma médica que trabalha no interior de São Paulo, na UTI de um hospital público. Foi naquele ambiente frio, sofrido, repleto de aparelhos, medicamentos e enfermos em estado grave, que uma cena maravilhosa aconteceu. Um paciente, com mais de 80 anos de idade, deitado em posição fetal, gemia baixinho: “Mamãe! Mamãe! Preciso tanto da senhora... Me ajuda mãezinha”. Ele vivia seus últimos suspiros, mas insistia em chamar por sua mãe. Mesmo estando praticamente inconsciente, seu coração clamava pelo socorro da mãe. Todos os sons e ruídos da UTI desapareceram frente ao chamado choroso daquele homem, que, no final da vida, insistia em resgatar a mais importante de suas memórias, sua querida mãezinha. Então, a médica deu lugar à mãe. O carinho substituiu a ciência. Ela abraçou o paciente com ternura, cobriu seu corpo com um lençol, ofertou um beijo em sua face e disse: “Fique tranqüilo meu filho, estou aqui para proteger você”. Imediatamente o idoso abriu um sorriso, acalmou-se e dormiu como um bebê. Naquele momento, a médica, que ainda não tinha gerado uma criança, viu a importância de ser mãe. Quando Deus escolheu a mulher para acolher a vida em seu ventre, deu-lhe a responsabilidade de gerar seres humanos que são a imagem dele. Para isso, deu-lhe infinita capacidade de amar, renunciar e esperar. Amar sem impor condições. Renunciar a tudo; até a si mesma, pelos filhos, e esperar com muita paciência todas as condições que a vida lhe apresentar.
A começar pela espera de nove meses para que a vida em seu corpo se torne vida para o mundo. Durante a gestação, a mulher é a perfeita moradia. É no corpo da mulher que Deus fez o primeiro lar de todo ser humano. E é nesse corpo sagrado que abriga a vida, que a mulher experimenta a plenitude de ser mulher... Quando seu ventre cresce, seu corpo ganha novas formas; as mamas se preparam para alimentar sua cria, todo o ser feminino se enche de glória para esperar o dia de dar vida a um novo ser. E depois, fora de seu corpo, acompanha toda uma trajetória. Mãe é o porto seguro para passos cambaleantes; para abraços aflitos; para choros carentes...Por mais que os homens cresçam e envelheçam, são as mães que ficam em suas memórias.

Um garotinho corria desesperadamente pela rua, e ao virar uma esquina, trombou com um homem, que, irritado, bradou: “Poxa, aonde vai com tanta pressa?”. O menino respondeu bufando: “Desculpe, tenho que chegar rapidamente em casa, minha mãe vai me dar uma surra”. O homem retrucou: “Não entendo por que está tão ansioso para levar umas palmadas?”. O garoto concluiu: “É que se meu pai chegar em casa antes de mim, ele é quem dará a surra”.

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