Carmem era uma garota deficiente visual que não se conformava de ter nascido completamente cega. Ela não se relacionava bem com parentes e amigos. Tinha um namorado amoroso que sempre estava presente e gostava muito dela. O rapaz desejava muito se casar, mas ela sempre dizia que enquanto não pudesse ver o mundo, como a maioria das pessoas, jamais contrairia matrimônio. Ela estava na fila de espera para transplante de córneas nas duas vistas, dependia de doadores, mas sua vez nunca chegava. Com o tempo, tornou-se uma pessoa amarga, desesperançada, não acreditava mais em sua recuperação. Certo dia o telefone tocou. Um médico solicitava que a família encaminhasse Carmem imediatamente para o centro cirúrgico, uma doação de par de olhos naquela região tinha acontecido. A operação foi um tremendo sucesso, após 2 semanas, ao tirar os curativos, Carmem pode enxergar pela primeira vez na vida. A emoção tomou conta de toda família. O namorado aproximou-se da amada e com um buquê de rosas nas mãos disse: “Agora que pode enxergar, você quer se casar comigo?”. Carmem se calou por alguns segundos, percebeu que seu namorado era cego”. Depois de alguns soluços comentou: “Me perdoe, não posso me casar com uma pessoa que não enxerga!”. O namorado afastou-se dela, e, em lágrimas, murmurou “Por favor, apenas cuide bem dos meus olhos, eles eram muito importantes pra mim”.
Amigo leitor, reflita sobre o pensamento de um filósofo grego: “Ouvir com perfeição é ouvir não tanto os outros, mas a si mesmo. Ver com perfeição é ver não tanto os outros, mas a si mesmo; pois os que não ouvem a si mesmos, não conseguem ouvir aos outros e os que não perscrutam a si mesmos são cegos à realidade dos outros. O ouvinte perfeito ouve o interlocutor, mesmo quando este não diz nada.
Na praça central de uma cidadezinha do interior, uma velhinha, que já não podia andar direito, pedia esmolas. Sentada na calçada, ela permanecia com a mão estendida esperando receber alguma ajuda. A maioria dos transeuntes, nem percebia sua presença. Um jovem, mesmo apressado, observou o semblante sereno daquela senhora e resolveu sentar ao seu lado. A idosa comentou que tinha sido muito feliz em seu casamento, mas depois do falecimento do marido, seus dois filhos pegaram o pouco que a família possuía e viajaram para a cidade grande. “Até de minha casinha se desfizeram, agora passo o dia todo nesta praça para poder sobreviver”. O jovem derramou algumas lágrimas e comentou: “Eu gostaria muito de lhe dar alguma coisa, mas não tenho nada no momento, nem um centavo sequer”. A velhinha pegou na mão do garoto e disse: “Você acabou de me dar muito mais que um centavo. Meu deu uma coisa que não tenho há muito tempo”.
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