domingo, 20 de janeiro de 2008

Use bem as palavras, senão...

Um homem engravatado, de meia idade, entra na lojinha do Salim e olha com desprezo para o balcão escuro, as roupas penduradas em ganchos e o chão de tacos de madeira sem polimento. Salim se irrita com o desprezo do sujeito que fica observando sua loja sem nada comprar, e resmunga: “Está olhando feio pro lodjínia de Salim porquê? Com este lodjínia Salim tem apartamento no Ipanema, tem casa na Búzios, casa na Campos da Jordão, tem casa no Riviera da São Lorenço, tem apartamento no Beirute, tem filho estuda medicina no Estados Unidos, tem filha estuda moda na Paris; tudo só com lodjínia!”.O sujeito com ar irônico comenta: “O senhor sabe quem eu sou? Sou fiscal do Imposto de Renda”.
“Muito prazer! Eu Salim, o maior mentiroso do Rua 25 de Março”.

Quando estudei programação neurolinguística, aprendi sobre o poder das palavras e que devemos usá-las de forma sempre positiva. Tudo o que acontece em nossas vidas gira em torno do que falamos. Recordo-me de uma pessoa que vivia falando mal dos outros. Certa vez, uma das vítimas da famosa língua ferina me encontrou e comentou que estava muito triste pelos comentários que tal pessoa fazia, sorrateiramente, contra ele. Aproveitei a ocasião para apresentar uma excepcional lição de vida:
“Não importa o que acontece com você e sim como você reage ao que acontece com você. Agora me responda, essa pessoa que tanto te critica tem moral suficiente para falar de você?”.
O amigo me abraçou e comentou: “Puxa, o seu pensamento acaba de tirar um peso das minhas costas. Estava sofrendo sem necessidade, ninguém na cidade acredita no que meu desafeto fala”.

Um fazendeiro sempre levava o rebanho para fora da aldeia. Um dia quis pregar uma peça nos vizinhos: “Um lobo! Um lobo! Socorro! Ele vai comer minhas ovelhas!”. Os vizinhos largaram o trabalho e saíram correndo para o campo para socorrer o homem, mas ele estava às gargalhadas, pois não havia lobo nenhum. Outra vez ele fez a mesma brincadeira, as pessoas vieram ajudar e ele caçoou novamente de todos. Após 30 dias, realmente um lobo apareceu e atacou as ovelhas. Morrendo de medo, o homem saiu correndo: “Um lobo! Um lobo! Socorro!”. Os vizinhos ouviram, não acreditaram e continuaram seus afazeres. Um filósofo grego disse: “Tudo que damos aos outros estamos dando a nós mesmos. É impossível ajudar outra pessoa sem ajudar a si mesmo ou prejudicar outra pessoa sem prejudicar a si mesmo”.

O curioso discípulo indagou ao mestre: “Tenho o péssimo hábito de comentar da vida dos outros. Faço isso sem querer, percebo que prejudico a mim mesmo. O senhor me ajuda a não cometer mais esse erro?”. O sábio comentou serenamente: “Alcançamos a grandeza quando não prestamos atenção na posição dos que estão acima de nós e fazemos com que aqueles abaixo de nós não prestem atenção na nossa. Quando não somos nem arrogantes com os humildes, nem humildes com os arrogantes”.

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