terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Refletir antes de falar

Em uma aula na faculdade de medicina, um dos professores mais conceituados, porém conhecido por sua arrogância, fez uma pergunta de sopetão para a classe: “Quantos rins nós temos?”. Um aluno, que costumeiramente sentava nas últimas cadeiras, levantou a mão e gritou: “Quatro”. O mestre arregalou os olhos e bradou ao monitor da turma: “Traga um feixe de capim, temos um asno na sala”. O aluno não deixou por menos e replicou: “E para mim um cafezinho!”. O professor ficou irado e expulsou o rapaz da sala. O aluno era o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o Barão de Itararé. Ao sair da sala, ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre: “O senhor me perguntou quantos rins “nós temos”. “Nós” temos quatro, dois meus e dois seus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim!”. Algumas pessoas não sabem lidar com situações difíceis no dia a dia. Um professor se destaca quando consegue motivar o aluno problemático. O bom vendedor é aquele que tem paciência com o cliente confuso e indeciso. O motorista experiente é aquele que não se enfurece com as barberagens de alguns condutores.

Certo dia, o paizão saiu para um passeio com suas duas filhas, uma de oito e a outra de quatro anos. Em determinado momento da caminhada, Helena, a filha mais nova, pediu ao pai que a carregasse, pois estava muito cansada. O pai respondeu que estava também muito fatigado, então a garotinha começou a choramingar e fazer “corpo mole”. Sem dizer uma só palavra, o genitor cortou um pequeno galho de árvore e o entregou à Helena, dizendo: “Olhe aqui um cavalinho para você montar filha! Ele irá ajudá-la a seguir em frente”. A menina parou de chorar e pôs-se a cavalgar tão rápido no galho, que chegou em casa antes dos outros. Ficou tão encantada com seu cavalo de pau, que foi difícil fazê-la parar. A irmã mais velha, intrigada com o que viu, perguntou ao pai como entender a atitude de Helena. O pai riu e explicou: “Assim é a vida minha filha. Às vezes ficamos física e mentalmente cansados, certos de que é impossível continuar, mas encontramos então um “cavalinho” qualquer que nos dá novo ânimo. Esse cavalinho pode ser um bom livro, um amigo, uma canção, uma palestra... Assim, quando você se sentir cansada ou desanimada, lembre-se de que sempre haverá um cavalinho para cada momento, nunca se deixe levar pela preguiça ou desânimo”.

Para finalizar, brindo os amigos leitores com um pensamento de William Shakespeare: “Eu aprendi que ser gentil é mais importante do que estar certo. Eu aprendi que os passeios simples com meu pai, em volta do quarteirão, quando eu era criança, fizeram maravilhas para mim quando me tornei adulto. Eu aprendi que ignorar os fatos não os altera. Eu aprendi que devemos sempre ter palavras doces e gentis, pois amanhã talvez tenhamos que engoli-las”.

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