terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Ame hoje, pois o amanhã...

Em setembro de 2005, um fortíssimo furacão, apelidado de Katrina, invade os EUA, matando mais de mil americanos. De uma hora pra outra milhares de famílias deixaram para trás tudo que tinham, contentando-se em salvar as próprias vidas. Amigo leitor, fenômenos da natureza, por sua grandeza, trazem a oportunidade de refletirmos sobre nossa própria existência, fazendo-nos perceber o quanto somos frágeis perante o universo.
Recentemente fiquei sabendo de um acontecimento muito triste e inesperado. Um homem de 41 anos de idade, que exercia um alto cargo no governo do Rio de Janeiro, na área de vigilância sanitária, que os amigos carinhosamente haviam apelidado de “Fernandão”, foi internado às pressas, devido a febre de mais de 40 graus. Ele foi para a UTI, onde os médicos descobriram que havia sido picado pelo carrapato Estrela. Em menos de duas semanas faleceu. Um pequeno inseto tirou a vida de um homem de quase 1,90 m.

Contam os mais antigos que um rabino vivia com sua esposa e dois filhos. O religioso empreendeu longa viagem, ausentando-se por várias semanas. Depois de dois dias que havia partido, um grave acidente provocou a morte de seus dois filhos. A genitora, uma mulher forte, sustentada pela fé, suportou o choque com bravura. Todavia, uma preocupação lhe vinha à mente: como dar ao esposo a triste notícia? Ele era portador de insuficiência cardíaca, ela temia que ele não suportasse tamanha comoção. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão. Certo dia o marido retornou ao lar. Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos. Ela sugeriu que ele tomasse um banho, já que estava muito cansado, depois lhe falaria dos meninos. Momentos depois estavam sentados à mesa. Ela lhe perguntou sobre a viagem e ele perguntou novamente pelas crianças. A esposa tentou esquivar-se com uma indagação: “Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave. Enquanto você esteve ausente, um amigo visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável para que as guardasse. O problema é esse! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?”. O marido fala: “Ora mulher! Você nunca cultivou vaidades! Por que isso agora?”.“É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas e não consigo aceitar a idéia de perdê-las”, ponderou a esposa. E o religioso respondeu com firmeza: “Ninguém perde o que não possui. Vamos devolvê-las, eu a ajudarei”. A mãe completou: “Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou à nossa guarda, durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram”. O marido abraçou a esposa e juntos derramaram grossas lágrimas. Sem revolta nem desespero.

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