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O casal já estava atrasado para um jantar na casa de amigos. O trânsito estava caótico e o marido não sabia bem aonde ficava a residência deles. A esposa, mesmo tendo verificado a rua no guia, também estava confusa. Em dado momento o homem diz: “Acho que temos que entrar na próxima direita”. A mulher retruca: “Não, acho melhor virar à esquerda”. Em razão da discordância, inicia-se uma discussão entre eles. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe estar errado, por esse motivo chegarão ainda mais atrasados ao jantar. Embora com dificuldade, enquanto fazia o retorno, admite que insistiu no caminho errado. Ela sorri e diz que não há problema algum em chegar alguns minutos mais tarde. Mas, ele ainda quer saber: “Se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, deveria insistir um pouco mais”. E a esposa explica pacientemente: “Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma briga, se eu insistisse, teríamos estragado a noite”.
Amigo leitor, a presente estorinha apresenta valioso ensinamento e portanto merece muita reflexão. Pense na última discussão que teve com alguém que gosta muito. Algumas indagações devem ser avaliadas: valeu a pena? Como você ficou após o entrave? O fato poderia ter sido evitado? Deve pedir desculpas? Qual será seu posicionamento quando alguém desejar brigar contigo no futuro?

Certa vez um mestre perguntou a um de seus discípulos: “Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?”. O aluno respondeu com facilidade: “A quem tentou entregá-lo”. O mestre concluiu: “O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava”. Pensar, refletir e ponderar antes de realizar qualquer atividade ou conversa, principalmente quando estamos alterados emocionalmente, é um dom que devemos exercitar. Devemos aproveitar cada minuto com atitudes positivas e que agreguem amizade, compaixão e amor. Diz o poeta que o tempo é muito lento para os que esperam. Muito rápido para os que têm medo. Muito longo para os que lamentam. Muito curto para os que festejam. Para os que amam, o tempo é uma eternidade. Mas, para os que brigam e estão acostumados à discussão, o tempo está sendo jogado fora, sem nenhuma serventia.