terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Quem deve estar em 1º lugar?

Uma senhora fazia compras na feira como sempre fez nos últimos vinte anos; pensando nas coisas fresquinhas que levaria para o marido e os 3 filhos. Cada um gostava de frutas, legumes e verduras diferentes, mas ela tinha prazer em comprar e cozinhar tudo que eles apreciavam. Freqüentando sempre as mesmas barracas, conhecia bem os feirantes. Nesse dia foi surpreendida pela pergunta de um deles: “E para a senhora, o que vai levar?”. A mulher respondeu: “Já comprei tudo de importante, muito obrigada”. Na volta ao lar, empurrando o carrinho super lotado, começou a pensar nos jilós que há muitos anos não comprava, apesar de adorar. Lembrou da receita que ganhara da bisavó e que há tanto tempo não fazia. Na verdade, ela não comprava o danado do jiló pois ninguém em sua casa gostava. Mesmo com dificuldade em andar, ela percebeu que apesar de cuidar tanto de sua família, nenhum dos filhos a ajudava na hora de ir às compras, e o marido há muito não fazia um elogio à comida preparada com tanto carinho. As primeiras lágrimas começaram a percorrer sua face, mas logo as enxugou e tomou uma decisão: “Vou voltar à feira e comprar uma boa porção de jiló”. O feirante, ao vê-la retornar com os olhos rasos d’água, não cobrou pelo jiló e ainda chamou um garoto para auxiliá-la no transporte das mercadorias.
Amigo leitor, quantos jilós deixamos de comer para agradar essa ou aquela pessoa? Quantos sapos engolimos, e às vezes, até humilhações sofremos calados, em nome do amor, que muitas vezes não é retribuído?

Certa vez, o discípulo perguntou ao mestre: “Quanto de amor devemos dar às pessoas que gostamos?”. O sábio explicou: “Nunca tente dar o máximo de você, isso apenas fará com que exijam sempre mais. Nunca tente fazer mais do que consegue, pois algumas acharão que ainda é pouco. O segredo é apreender a se amar primeiro, antes e acima de tudo e de todos! Não aceite migalhas de amor. Às vezes, amamos tanto, que nos violentamos; passamos a fazer tudo em benefício do outro e esquecemos de nós mesmos”. “Puxa mestre, acho que agora entendi. Se a gente não aprender a se amar, como poderemos amar alguém ou deixar que alguém nos ame”. E o sábio concluiu: “Ninguém amará você mais que você mesmo. Ame-se muito, coloque-se em primeiro lugar e então deixe que amem você. Não busque quem te complete. Se deixe acrescentar”.

Um filósofo grego disse certa vez: “Relacionar-se é reagir. Reagir é entender-se a si mesmo. Entender a si mesmo é ser iluminado. Os relacionamentos são escolas de iluminação”.

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