quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Quantos anos o leitor tem?

Em certa ocasião, alguém perguntou ao astrônomo italiano Galileo Galilei: “Quantos anos o senhor tem professor?”. A resposta foi surpreendente: “Oito ou dez”, respondeu Galileo, em evidente contradição com sua barba branca. E logo explicou: “Tenho, na verdade, os anos que me restam de vida, porque os já vividos não os tenho mais, como não possuímos mais as moedas que já gastamos”.
Amigo leitor, o conceito de tempo apresentado por Galileo é inovador e pode fazer muita diferença em nossas vidas. É importante encararmos o tempo de maneira diferente, a nosso favor. Você já deve ter ouvido, e até falado, a frase: “Puxa, o tempo passa tão rápido”. Mas se analisarmos esse pensamento de maneira filosófica, concluiremos que, a bem da verdade, somos nós que passamos, pois o tempo é imutável. Os seres humanos definiram que o dia deveria ter 24 horas, mas esqueceram de avisar o “tempo” sobre essa teoria. Depois de muito refletir, descobri que o tempo é muito lento para os que esperam. Muito rápido para os que têm medo. Muito longo para os que lamentam. Muito curto para os que festejam. Dizem os poetas, que o tempo é uma eternidade para os que amam.
O astrônomo italiano sabia que estamos aqui de passagem. Ao nascermos existe a certeza de que nosso caminhar neste planeta terá um final, por isso, devemos valorizar mais o precioso tempo que ainda dispomos. Portanto, cabe a cada um aproveitar o que realmente tem ao alcance, ou seja, o momento presente. Deveríamos desfrutar cada dia como se fosse o último, pois o ontem já faz parte do passado e o amanhã é sempre incerto. Faça uma reflexão sobre seu cotidiano. Como você tem se portado com as pessoas que te amam? Há quanto tempo não declara amor àqueles que tanto admira? Será que o medo de arriscar ou errar tem contribuído para a omissão? O que tens protelado que deverias fazer agora, hoje?

Um fiel aproximou-se do rabino Moche de Kobryn e indagou: “De que maneira devo usar meus dias para que Deus fique contente comigo?”. O rabino respondeu: “Só existe uma alternativa, procure viver com amor”. Minutos depois, outro discípulo fez a mesma pergunta e o mestre disse: “Só existe uma alternativa, procure viver com alegria”. O primeiro discípulo ficou surpreso e retrucou: “Mas o conselho que o senhor me deu foi diferente!”. E Moche de Kobryn disse baixinho: “Ao contrário, foi exatamente igual”.

Uma escola promoveu um concurso literário cujo tema era: “a criança que mais se preocupa com os outros”. O vencedor foi um menino de 8 anos, cujo vizinho de 85 anos tinha acabado de ficar viúvo. O garoto narrou ter visto o velhinho no quintal, em lágrimas. Não teve dúvida, pulou o muro, sentou-se no colo do idoso e ficou ali por muito tempo. Ao retornar para casa, sua mãe perguntou o que dissera ao viúvo que já aparentava estar mais consolado. O menino respondeu: “Eu não falei nada. Sabe mamãe, ele perdeu a mulher e isso deve ser muito doido e aí resolvi ajudá-lo a chorar”.

Nenhum comentário: