terça-feira, 22 de janeiro de 2008

O peixe morre pela boca

Preste atenção no relato de uma pessoa que soube tirar valiosas lições com os erros cometidos: "Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva à menor provocação, sempre partia para ofensas. Depois de falar o que não devia, envergonhado, me esforçava para consolar a quem tinha magoado. Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas depois de uma explosão de raiva. Logo após ele me entregou uma folha de papel sulfite e me disse: "Amasse-a!". Não entendi bem o que ele desejava, mas amassei o papel com dedicação, até fazer uma pequenina bolinha. O mestre retrucou: "Agora, deixe-o como estava antes, quero o papel bem lisinho". É óbvio que não pude deixá-lo como antes. Por mais que tentei, o papel ficou cheio de pregas. Então, o professor concluiu: "Os corações das pessoas são como esse papel... A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados".
Assim aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro do papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos alguém com ações ou palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais". Alguém disse certa vez: "Fale quando tuas palavras sejam tão suaves como o silêncio".

Certa vez, uma jovem foi se confessar com um sábio. Ele já conhecia muito bem uma das suas falhas. Não que ela fosse má, mas costumava falar dos amigos, dos conhecidos, deduzindo histórias sobre eles. Essas histórias passavam de boca em boca e acabavam fazendo mal, sem nenhum proveito para ninguém. O mestre disse: "Minha filha, você age mal falando dos outros; tenho que lhe dar um dever. Compre uma galinha no mercado e caminhe para fora da cidade. Enquanto for andando, você deverá arrancar as penas e espalhá-las. Não pare até ter depenado completamente a ave. Quando tiver feito isso, volte e me conte". Ela acatou, incontinente, as ordens do sábio, pois o respeitava muito. Comprou a galinha e fez o que lhe foi ordenado. Depois de 2 horas retornou ao templo do mestre, que comentou: "Você completou a primeira parte do dever. Agora deve voltar pelo mesmo caminho e recolher todas as penas". A jovem espantada diz: "Mas senhor é impossível! A esta hora o vento já as espalhou por todas as direções. Posso até conseguir algumas, mas não todas!". O sábio concluiu: "É verdade minha filha. E não é isso mesmo que acontece com as palavras tolas que você solta pela boca? Não é verdade que você inventa ou aumenta fatos que vão sendo espalhados por aí, de boca em boca, até ficarem fora do seu alcance? Será que você conseguiria seguí-las e cancelá-las se desejasse? Então, quando você sentir vontade de dizer coisas indelicadas sobre seus amigos ou inimigos, feche os lábios. Não espalhe essas penas, pequenas e maldosas, pelo seu caminho. Elas ferem, magoam e te afastam do principal objetivo da vida que é semear a paz e amizade entre as pessoas".

Nenhum comentário: