sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O amor está fora de moda?

Recentemente, durante uma palestra, um participante levantou a mão e me fez a seguinte pergunta: “O amor está fora de moda?”. A platéia ficou em absoluto silêncio, aguardando minha resposta. Resolvi contar uma estorinha e pedi que cada um dos presentes tirasse suas próprias conclusões:
Um casal de velhinhos morava numa casinha humilde no interior paulista. Haviam se conhecido na infância, tinham uma vida tranqüila e alegre; a ausência de filhos fortaleceu ainda mais sua união. Eram felizes, até que um dia um incêndio tomou conta da moradia. Os bombeiros logo chegaram e socorreram o casal para o hospital mais próximo, onde foram internados em estado grave. Após algum tempo, o marido, que fora menos atingido pelo fogo, saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada. Ainda em seu leito, a esposa, toda queimada, pensava em não viver mais, pois estava toda deformada, com o rosto desfigurado. Quando o vê, ela diz choramingando: “Tudo bem com você meu amor?”. A resposta foi surpreendente: “Sim querida, pena que o fogo atingiu meus olhos e não posso mais enxergá-la; mas fique tranqüila amor, sua beleza está gravada em meu coração para sempre”. A idosa refletiu por um instante: “Deus fez com que meu marido perdesse a visão para que não enxergar como ficou meu rosto após as queimaduras”. Depois de 3 meses a velhinha se recuperou e o casal foi morar numa casinha alugada. Uniram-se ainda mais e assim viveram por mais oito anos, com muito amor e respeito, até que a esposa faleceu dormindo. No dia de seu enterro, quando todos se despediam, veio o marido, com seus óculos escuros e bengala nas mãos. Chegou perto do caixão, beijou o rosto de sua amada e disse em um tom apaixonante: “Como você é linda meu amor, eu te amo e sempre te amarei”. Naquele momento os presente perceberam que o homem havia retomado a visão como num passe de mágica. Uma pessoa gritou: “Aconteceu um milagre”. O velhinho comentou emocionado: “Nunca estive cego, apenas fingia. Quando fiquei sabendo que minha amada estava com a face desfigurada, resolvi amenizar sua dor, simulando a cegueira”.
O escritor e poeta espanhol Miguel de Cervantes, disse que “o verdadeiro amor não se divide, e há de ser voluntário e não forçado”.

O discípulo perguntou ao Mestre: “Senhor, o que é o amor?”. A resposta foi sábia: “É o profundo desejo de ser uno com o todo, o profundo desejo de dissolver o Eu, o Você, em uma unidade. O amor é isso. O homem sozinho é metade. A mulher sozinha é metade. Cada qual tem necessidade de ser inteiro. Quando essas duas metades se encontram e se misturam, se tornam inteiros”.

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