quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Nós também passaremos

No oriente antigo havia um rei sábio, que já se encontrava no fim da vida. Pressentindo a chegada da morte, chamou seu único filho, que o sucederia no trono, tirou do dedo um anel e deu-o a ele, dizendo: “Meu filho, quando fores Rei, leva sempre contigo este anel, nele há uma inscrição. Quando estiveres vivendo situações extremas, de glória ou de dor, tira-o e lê o que há nele”. Após pronunciar essa frase, o soberano morreu. O filho passou a reinar em seu lugar, sempre usando o anel que o pai lhe deixara. Passado algum tempo, conflitos com um reino vizinho culminaram numa terrível guerra. O jovem rei, à frente do seu exército, partiu para enfrentar o inimigo. No auge de uma batalha decisiva, seus companheiros lutavam bravamente; por todos os lados se via mortos, feridos, tristeza e dor. O rei lembra-se do anel; tira-o e lê a inscrição: “Isto também passará”. Ele continuou a lutar com mais força e confiança, e ao final, foi vitorioso. Retorna então ao seu reino e, coberto de glória, entra em triunfo na cidade. O povo o aclama. Nesse momento ele se lembra do velho e sábio pai. Tira o anel e lê: “Isto também passará”.
O amigo leitor já deve ter ouvido uma frase antiga: “Não há mal que sempre dure”. Talvez esteja passando, neste exato momento, por uma série de problemas: amargura, solidão, frustrações, saudades do ente querido que se foi e tantos outros. Gostaria que refletisse. Pare de pensar no problema em si e comece a vislumbrar uma solução. Feche os olhos, converse com Deus. Abra seu coração. Converse com ele com intimidade. Peça uma orientação, uma luz, procure desabafar, ele é seu melhor amigo, principalmente nos momentos de dificuldades. Na verdade, você já enfrentou dias piores e conseguiu superar, não há mal que dure para sempre. Tenho absoluta convicção que seu problema “também passará”.
Mas, devemos fazer a nossa parte, não esmorecendo em nossa confiança no Senhor.

Um humilde sábio chegou às portas do palácio e pediu uma audiência com o Rei Ibrahim Bem Adam, que indagou: “O que deseja pobre homem”. O mestre disse: “Estou muito cansado da viagem, preciso de um lugar para dormir em sua hospedaria”. Indignado, o Rei bradou: “Você é um louco, isto não é uma hospedaria, é meu palácio”. O sábio comentou baixinho: “Posso perguntar-lhe quem era o dono deste lugar, antes de você”? Sudha respondeu: “Meu falecido pai”. O sábio replicou: “E antes dele”? “Meu avô, que também é falecido”, completou o Rei. O mestre concluiu: “Este lugar, onde as pessoas hospedam-se por um breve espaço de tempo e vão embora, será que ouvi você dizer que não era uma hospedaria”?

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