Você cuida das coisas importantes?

Durante alguns meses acreditou-se que o quarto 311 de um hospital da África do Sul era amaldiçoado. Todas as sextas-feiras de manhã os enfermeiros encontravam um paciente morto nesse quarto que acolhia doentes que haviam passado por cirurgias difíceis. Apesar do quadro clínico complicado, os médicos alegavam que os doentes não corriam risco de vida, mas mesmo assim, uma morte por semana ocorria. A equipe médica, perplexa, pensou que existisse alguma contaminação bacteriológica naquele quarto. Alertado pelos familiares das vítimas, um delegado de polícia experiente se interessou pela investigação. Mesmo assim, os pacientes do quarto 311 continuavam a morrer semanalmente, sempre às sextas-feiras. A autoridade policial resolveu colocar uma micro câmera no quarto, e o mistério foi desvendado. Todas as sextas-feiras, por volta das 6 horas, a mulher da limpeza desligava o respirador artificial do doente para ligar o aspirador de pó! É lamentável como repetimos uma série de erros na vida sem enxergar os danos que estamos causando às pessoas que tanto amamos. Conta-se que numa pequena cidade do interior um grupo de pessoas sempre se divertia com um rapaz que era tido como o “bobo” da região. Um pobre coitado, de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o moço ao bar, onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande, de 400 réis, e outra menor, de dois mil réis. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos e gozação para todos. Certo dia, um dos membros do grupo perguntou-lhe se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos. “Eu sei”, respondeu o não tão tolo assim, completando: “Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda”. O discípulo de nome Zenno acreditava que poderia ser elevado à categoria de mestre zen. Em um dia chuvoso, foi visitar o professor Nan-in. Logo na entrada o mestre perguntou: “Você deixou seu guarda chuva e os sapatos do lado de fora?”. “Com certeza”, respondeu Zenno. O mestre replicou: “Você colocou o guarda chuva do lado direito ou do lado esquerdo dos seus sapatos?”. O rapaz disse baixinho: “Não faço a menor idéia, não reparei nesse detalhe”. O professor concluiu: “Nossa religião é a arte de consciência total do que fazemos. A falta de atenção nos pequenos detalhes pode destruir a vida de um homem. Um pai que sai correndo de casa, jamais pode esquecer o punhal ao alcance do filho pequeno. Um samurai que não olha toda dia sua espada, terminará encontrando-a enferrujada. Um homem que esquece de dar flores à sua companheira, vai acabar por perdê-la”.